O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), pré-candidato à prefeitura de São Paulo, destacou a importância do fortalecimento de estruturas de ensino superior na Zona Leste da capital, em discurso marcado por algumas alfinetadas nos rivais políticos do Estado.
Ele participou de evento de lançamento da pedra fundamental do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), assim como do campus zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Boulos destacou que este será o primeiro campus de universidade federal na Zona Leste da capital paulista.
“A zona leste foi tratada historicamente como uma cidade dormitório. Essa realidade está mudando graças aos governos populares que tivemos na cidade de São Paulo”, afirmou, para em seguida cumprimentar os ex-prefeitos da capital Marta Suplicy e Fernando Haddad. Ele lembrou que foi Haddad que doou aquele terreno para a Unifesp.
Antes de iniciar a sua fala, Boulos foi saudado aos gritos de “prefeito” pelos presentes. Ele fez um discurso para contextualizar a relevância da Cidade Tiradentes, pontuando que sempre foi tratada com descaso pelo “outro lado”, mas que agora formará jovens. “Estamos mostrando uma diferença clara de projetos em São Paulo”, afirmou, em clara referência a declarações feitas pelo vice da chapa do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), o coronel da PM Ricardo Mello Araújo (PL).
Ele também frisou que há quem pense que morador da periferia precisa ter tratamento diferente do que é dado aos moradores do Jardins. “A diferença de tratamento aos moradores da periferia é o que está em jogo”, disse Boulos.
Ao longo de seu discurso, Boulos também fez uma menção crítica às escolas militares, que constam no projeto de políticos mais alinhados à direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Tem gente que acha que solução é escola militar, mas a solução é valorizar professor”, afirmou.
Para finalizar seu discurso, Boulos ressaltou a importância da construção do campus da Unifesp para a capital: “Vai ter uma grande universidade federal na Zona Leste”.
Estavam no evento o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro da Educação, Camilo Santana; o ministro das Cidades, Jader Filho; o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira; e o ministro da Secretaria de Comunicação, Laercio Portela.
Em março, o Ministério da Educação anunciou R$ 3,9 bilhões para os institutos federais por meio do Novo PAC, sendo R$ 2,5 bilhões para a construção de novas unidades e R$ 1,4 bilhão para reforma e construção de outras instalações em institutos já existentes. O governo federal estima abrir 140 mil vagas com a construção das novas unidades. São, hoje, 682 unidades, com cerca de 1,5 milhão de alunos.